Atualmente, as pessoas têm feito cada vez menos sexo, mesmo com uma maior permissividade em relação ao tema. A proposição, corroborada por pesquisas, foi debatida com uma especialista na manhã desta sexta-feira, 25, no Jornal da Fan, da rádio Fan FM.
Na oportunidade, a sexóloga Camila Felizola, de 30 anos, forneceu um panorama sobre diversos aspectos da sexualidade, e entre eles, o suposto “apagão sexual”. Em suas palavras, o cenário pode ser uma consequência do enfraquecimento das relações offline.
“A tecnologia aí acho que vem prejudicando as pessoas nesse aspecto, a gente tem uma liberdade sexual muito maior, mas, hoje, o que as pesquisas apontam é que, sim, as pessoas vêm transando menos. Eu acredito que tem a ver com essa questão da fuga da realidade, as pessoas hoje conversam menos, interagem menos”, disse Camila.
Segundo a sexóloga, a maior conectividade e mais interesse pelo mundo virtual são reafirmados nos relatos de seus pacientes.
“É uma queixa também que tenho recebido muito das mulheres, tanto no Instagram, quanto no presencial. É que assim, o cara vai lá, curte, o cara vai lá, reage, tá, e aí? Vai cair do céu a mulher no seu colo? Ninguém interage, ninguém puxa assunto, ninguém conversa, e aí, como é que a coisa acontece? Então eu acho que é por isso que a gente tem transado menos”, completou.
As maiores queixas entre homens e mulheres com relação à sexualidade também foram pauta da entrevista. Camila afirma que, entre os homens, a performance aparece como uma das principais preocupações.
“Para os homens, hoje, a maioria tem uma questão tanto com a performance, quanto com a ansiedade, e isso acaba gerando o que a gente chama de disfunção sexual, que são os problemas de ereção ou ejaculação precoce, esses são os temas mais comuns para os homens. Às vezes, a gente vê algumas questões com ciúme ou dependência emocional, mas não com tanta frequência na parte masculina”, detalhou.
Já no caso das mulheres, de acordo com a sexóloga, as queixas estão mais ligadas a tabus sexuais.
“Para as mulheres, muitas vezes ainda tem a questão com ter uma sexualidade muito reprimida, e ainda ter dificuldade de dialogar com o parceiro sobre o que ela quer fazer para sentir prazer. As mulheres, às vezes, ainda têm muita dificuldade para validar o próprio prazer, e as formas que ela chegar ao próprio orgasmo. Tem muito tabu em relação à masturbação e conversa com o parceiro”, finalizou Camila.
Confira a entrevista completa: