Na manhã desta quarta-feira, 2, o Jornal da Fan, da rádio Fan FM, foi até o mercado de Aracaju para escutar as reivindicações dos comerciantes da região. Preocupados com o anúncio da mudança no horário de funcionamento do comércio, com o fechamento dos estabelecimentos passando a ser às 15h, os vendedores expressaram os anseios que a decisão traz, como a falta de segurança e clientela na região.
Em entrevista, um vendedor local explicou que uma reunião com entidades responsáveis para discussão da questão havia sido marcada, mas acabou não acontecendo.
“Infelizmente a reunião não aconteceu, o que aconteceu foi que mandaram fiscais para fazerem outro abaixo-assinado com os proprietários, do número um até o último. Segundo nossas informações, 98% dos permissionários assinaram contrato para o mercado fechar às 13h, e 2% para fechar às 15h, só que, infelizmente, nenhum dos diretores deu uma posição ainda para a gente, que ficamos nessa expectativa. No domingo passado ainda permaneceu até às 15h, sem cliente e movimentação. Somos obrigados assim a fazer a segurança do nosso próprio comércio, porque não temos segurança, a Guarda Municipal de Aracaju (GMA) está no outro mercado, não faz circulação aqui, e o que nós precisamos é de segurança”, disse.
O presidente da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Bruno Moraes, explicou que dias antes do envio do abaixo-assinado, o órgão recebeu um pedido de extensão do horário do mercado para que pudessem ter mais recursos, mas que posteriormente, outro documento foi enviado solicitando o fechamento pela falta de segurança no local.
Bruno Moraes informou que está realizando tratativas para que a pauta da segurança na região seja resolvida.
“Estou fazendo essas tratativas para que a gente possa resolver essa pauta que é sensível porque impacta diretamente o comerciante local, que é o apoio da GMA na área interna do mercado nesses locais… Está sendo buscada essa ou uma outra alternativa que seria por parte da Emsurb, com o nosso pessoal em horários alternados para que a gente pudesse se manter presente durante todo o dia, noite e madrugada”, afirmou.
O dirigente disse ainda que irá seguir a solicitação do último abaixo-assinado, reduzindo novamente o horário de fechamento, voltando a ser às 13h.
Acerca da problemática na ocupação de espaços na região do mercado, envolvendo o conflito existente entre o comércio ambulante e o comércio local, o presidente da Emsurb anunciou que os ambulantes que não tomarem uma decisão acerca da realocação para os locais informados pelo órgão em até 10 dias, serão encaminhados para um espaço destinado ao comércio no centro da cidade.
“O primeiro olhar sempre foi a busca de um equilíbrio dessas pessoas que estão ali fazendo o uso do espaço público de forma irregular como seu sustento e sobrevivência. A gente teve três reuniões com a Associação dos Ambulantes, nessas reuniões fomos pactuando momentos de saída para que pudéssemos dar alternativa a esses ambulantes e assim está sendo usado. Alguns deles fizeram cadastro e estão começando a negociar nas feiras livres de Aracaju, outros foi dada a oportunidade de ir para estabelecimentos que, na cidade, estavam fechados, e a terceira alternativa, a viabilidade de alguns mercados. Tudo isso vem sendo tratado de forma individual, porque fizemos um cadastro, através da própria associação e dos caminhos que a diretoria do espaço público vem tratando, que é essa abertura de possibilidades de outros locais para que essas pessoas possa negociar, e aí sim, aqueles que não tomaram as suas decisões com relação aos espaços que foram ofertados, esses, nos próximos 10 dias, serão encaminhados para um espaço que temos no centro da cidade”, anunciou Bruno Moraes.
E complementa: “Nos próximos 10 dias, no máximo, a gente estará com essa ação já definida. São 10 dias em que serão instaladas placas, pinturas de toda aquela área onde vai condicionar as pessoas para negociarem, dois banheiros químicos que irão servir de apoio para o comércio que vai ficar ali, e a gente vai deslocar também todos esses carrinhos que acabam atrapalhando a mobilidade tanto de veículos, quanto de pedestres na região central, onde a gente percebe um acúmulo de carrinhos nas proximidades das lojas”, finalizou.