Mulheres que inspiram: “Mas a gente não quer privilégios, a gente quer ter condições iguais”, declara Linda Brasil

No quadro “Mulheres que inspiram” exibido nesta quarta-feira, 12, Magna Santa entrevistou a deputada estadual, Linda Brasil, que contou sobre sua trajetória e lutas no meio político.    

“Eu vejo que é uma jornada longa, mas eu sou muito otimista, apesar de tantos desafios, de tantas dificuldades, de tanta tentativa de distorcer as nossas falas. Mas eu acredito na nossa verdade, no olhar das mulheres, que é um olhar mais sensível, mais aguçado. Eu acredito que por isso que nós estamos sendo tão ameaçadas, tão perseguidas, porque nós ameaçamos esse sistema. Porque essas pessoas estão se sentindo ameaçadas, que seus privilégios possam ser diminuídos ou apagados. Mas a gente não quer privilégio, a gente quer condições iguais. O feminismo não é sobrepor aos homens as mulheres, é ter condições iguais para poder ocupar, para poder agir em todos os espaços da sociedade e consequentemente a gente diminuir as violências, diminuir as injustiças, as desigualdades, diminuir principalmente essa visão estereotipada sobre mulheres como eu, mulheres trans, que infelizmente na história da humanidade foram tão apagadas, tão silenciadas e violentadas”, destacou. 

A deputada também afirmou que a luta feminina está no coletivo, de se unir para conseguir driblar as dificuldades.

“É se organizar coletivamente. Quando a gente está sozinha, a gente se sente impotente. Quando uma mulher está lá sozinha na sua casa, às vezes naquele ciclo de violência, com medo de denunciar, porque vai se sentir mais ameaçada. É se organizar através de coletivos, através de outras organizações de mulheres, seja partidos, movimentos sociais, movimentos que lutam pelos direitos à saúde, como a gente está vendo aqui no estado. Essa organização, seja em parcerias ligadas às pessoas que trabalham de forma autônoma, como as artesãs, essa auto-organização nos dá mais força para a gente, primeiro, denunciar e a gente se organizar para ter a nossa autonomia econômica, para que a gente possa garantir direitos, e outra, que para mim é fundamental, a educação”, comentou.

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.