O ano de 2025 mal começou e o Brasil já se depara com uma nova polêmica que une política e área artística. Em meio a um cenário já movimentado com possíveis candidatos à Presidência da República, como Tarcísio de Freitas (SP), Eduardo Leite (RS), Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG), um nome ganhou destaque nacional: o cantor sertanejo Gusttavo Lima.
Gusttavo Lima surpreendeu o país ao confirmar sua intenção de concorrer à Presidência da República, anunciando que pretende disputar as eleições de 2026. Em sua declaração, o cantor afirmou: “Chega dessa história de direita e de esquerda. Não é sobre isso, é sobre fazer um gesto para o país, no sentido de colocar o meu conhecimento em benefício de um projeto para unir a população.”
A confirmação gerou uma enxurrada de reações no meio político e nas redes sociais. Entre o entusiasmo de fãs e as críticas de opositores, o anúncio reacendeu debates sobre a viabilidade e o impacto de um nome do universo artístico na corrida presidencial.
Durante o período eleitoral, os artistas podem continuar exercendo suas atividades profissionais, conforme estabelece o artigo 17 da Resolução TSE n.º 23.607/2019. Contudo, a legislação impõe restrições para evitar o uso indevido da atividade artística em benefício de campanhas eleitorais, como a proibição de apresentar programas de rádio e televisão, bem como a realização de apresentações artísticas em eventos políticos, incluindo comícios. Isso significa que o candidato que também é artista não pode utilizar seus shows para promover sua candidatura, nem realizar apresentações musicais durante seus próprios comícios, a fim de evitar desequilíbrio na disputa eleitoral e garantir a isonomia entre os candidatos.
Sendo assim, mesmo em campanha, Gusttavo Lima poderia continuar com sua agenda de shows, preservando sua relação com o público. No entanto, a mistura entre palco e palanque é um tema que divide opiniões, reacendendo discussões sobre a presença de celebridades na política e os desafios de equilibrar o processo eleitoral diante dos abusos de poder.
A possível entrada de Gusttavo Lima no cenário político levanta uma questão maior: a ausência de representatividade sentida por grande parte da população e o desgaste causado pela polarização desde as eleições de 2018. A declaração do sertanejo ecoa o desejo de muitos brasileiros de uma alternativa que fuja dos extremos e busque a união nacional.
No entanto, para transformar o título de “embaixador” em “presidente”, o cantor enfrentaria uma longa jornada. Além de precisar se filiar a um partido político, Gusttavo Lima teria que lidar com os desafios do atual cenário partidário, marcado por negociações complexas e alianças estratégicas.
Sem qualquer demérito à sua trajetória como artista, a especulação sobre uma possível entrada de Gusttavo Lima na política revela tanto o carisma inerente às personalidades públicas quanto o vazio deixado por lideranças tradicionais. Se tal possibilidade irá se concretizar, apenas o tempo poderá confirmar. Por ora, o cantor segue com sua “Ficha Limpa”, pelo menos no que se refere ao cenário político, mantendo-se dedicado à sua carreira artística. Enquanto isso, o Brasil acompanha atentamente os desdobramentos de mais um ano repleto de desafios e surpresas no cenário político nacional.
Citação oriunda do Metrópoles – https://www.metropoles.com/colunas/grande-angular/gusttavo-lima-anuncia-que-vai-se-candidatar-a-presidencia-da-republica-em-2026
Sobre o autor

Wesley Araújo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Direito Eleitoral, atualmente mestrando em Direitos Humanos. Além de sua destacada atuação na advocacia, é também radialista e palestrante reconhecido na área de comunicação assertiva, onde desenvolve treinamentos, palestras e cursos voltados ao aprimoramento da comunicação pessoal e profissional. Atua como comentarista jurídico e político, unindo sua sólida formação acadêmica