Lula e Mitidieri sofrem as consequências do mesmo problema

As principais análises políticas e sociais indicam que a economia é o fator mais determinante na escolha do eleitor. Em regra, quando a economia vai bem, um governante tem boas chances de reeleição. Quando vai mal, torna-se alvo fácil da insatisfação popular.

Mas será que essa lógica se aplica a todo cenário? Ou temos novos fatores, realidades e uma tal rede social a ser administrada? Vejamos…

No Brasil, Lula não vai mal na economia. E aqui vale um parêntese: seu governo está longe de ser de esquerda – aliás, nem mesmo em seus dois primeiros mandatos ele governou dentro do espectro da esquerda tradicional. Mas essa é outra discussão.

O fato é que, apesar de críticas pontuais, como a lentidão na retomada de obras de infraestrutura e moradia popular, o governo Lula tem feitos inegáveis. Fez a reforma tributária, o Brasil cresce, o desemprego cai, a pobreza reduz, concursos voltaram, o controle social foi resgatado, e há inovações como o ‘Pé de Meia’, que pode gerar impactos positivos na qualificação da mão de obra e na Educação a longo prazo. Sem falar na Saúde, tratada como ciência e política pública.

Mesmo assim, Lula e seu governo enfrentam índices de rejeição. Pesquisas, tanto de institutos mais alinhados à direita quanto à esquerda, mostram Bolsonaro numericamente à frente para 2026. Ele pode até estar inelegível, mas o dado é revelador. O que estaria ocorrendo?

E Fábio Mitidieri? A história mostra que governadores de Sergipe que tinham dados ruins conseguiram eleger sucessores, mas nenhum perdeu reeleição ou eleição de sucessor, tendo bons indicadores. Nenhum. E os números do governo Mitidieri não são ruins. Pelo contrário: Sergipe aumentou a arrecadação, melhorou a segurança financeira, reduziu o desemprego, elevou a renda média, ampliou oportunidades para jovens, expandiu programas assistenciais e levou o Banese a lucros recordes.

Institutos com credibilidade não revelaram pesquisas recentes sobre sua avaliação, mas se considerarmos as especulações da estratégia do WO (vitória por ausência de adversários competitivos), é possível que o cenário seja o mesmo.

E se formos às redes sociais, perceberemos um ambiente de ‘impaciência’. No meio político, então, basta conversar com quem não foi contemplado para sentir o nível da insatisfação e amplificação de uma suposta reprovação.

Esqueçamos pesquisas e bastidores por um momento. Nem Lula nem Mitidieri são desastres econômicos, tampouco exemplos de irresponsabilidade administrativa. O problema é outro. Respeitadas as proporções, ambos padecem de uma mesma fragilidade: dificuldade de enfrentar a narrativa negativa que se propaga nas redes sociais. Os negacionistas são fortes e parte deles atrelados de forma orgânica a um fanatismo político. No jogo político atual, ignorar esse fator pode ser tão fatal quanto ignorar a economia.

NOTAS DA SEMANA

Opera 2 e Opera Mulher
O governador Fábio Mitidieri, acompanhado de secretários, deputados e prefeitos, lançou a segunda fase do Programa Opera Sergipe e trouxe o Opera Mulher, novidade em cirurgias eletivas focadas na saúde feminina. Esta nova fase do Opera vai ampliar ainda mais a oferta de cirurgias eletivas e diminuir o tempo de espera dos usuários para a realização de procedimentos de baixa, média e alta complexidade.

Fábio justifica fase
Em diálogo sobre o evento para a Domingueira, o governador fez sua análise: “A segunda fase do Opera Sergipe chega em um momento importante do programa. Após a realização de 22 mil cirurgias na primeira fase, agora avançamos com procedimentos significativos que eram muito aguardados pela população. São cirurgias de endometriose, bariátricas, reconstrução mamária para mulheres que perderam seus seios devido ao tratamento contra o câncer, redução de mama, que também é uma cirurgia bastante solicitada, e cirurgias ortopédicas. Nós temos uma procura muito grande nesses procedimentos, e não tenho dúvida de que será um sucesso”, afirmou.

Dez milhões de Alessandro
Para a efetivação do Opera Mulher, o governador Fábio Mitidieri contou com o apoio do senador Alessandro Vieira, que destinou cerca de R$ 10 milhões em emenda parlamentar para a realização de cirurgias de endometriose. “Aqui a gente vê a política saindo do palanque, do discurso e chegando na vida real das pessoas, é pra isso que a gente trabalha. Mas hoje, em especial, ter garantido uma linha de cuidado para a saúde da mulher é uma coisa fantástica. Só se fazia cirurgia de endometriose em Sergipe via judicial, uma por semana, com uma fila de mais de cem mulheres aguardando. Isso acaba agora. Nesse caso, aqui, vai estar de pé o Opera Mulher com R$ 10 milhões, garantidos pelo nosso mandato com muito orgulho”, reforçou Alessandro.

Fábio e Alessandro
Sem maiores pretensões eleitorais e numa normal para um republicano, o governador Fábio Mitidieri agradeceu a Alessandro Vieira pelo seu esforço pelo programa Opera Mulher. Fábio disse que Alessandro é um amigo que ele ganhou na política. Como diz o ditado, ‘amigos, amigos, negócios à parte’. É uma declaração importante, mas que em nada confirma a presença de Alessandro como senador de Fábio em 2026.

Outros fatores
Está tão delirante e obsessiva essa busca de definições de 2026 em 2025, que colegas da imprensa atiram para todos os lados tentando criar o velho ‘furo’, a velha ‘antecipação’. Isso é tão antigo quanto a lenda do Noel. A sociedade hoje acompanha com mais atenção a política e sabe que nos bastidores as coisas se definem de outra forma. Haja paciência para amadorismos!

Várias são as especulações
Tem quem bata o martelo de uma chapa formada para o Senado ao lado de Fábio, composta por Alessandro Vieira e André Moura. Outros alegam que Fábio quer o PT de volta e, portanto, a chapa seria: André Moura e Rogério Carvalho. Tem quem diga que André cai fora e forma aliança com Valmir. Fora flagras de fatos, todo o resto é exercício de futurologia. Como diz o poeta, “tudo pode acontecer, inclusive nada”.

André na estrada
O amigo jornalista Jozailto Lima publicou que André Moura inicia agora em março sua trajetória rumo à candidatura ao Senado. André tem grupo, tem partido e tem a deferência da presidência nacional do União Brasil para ser, em 2026, uma das prioridades para a eleição para o Senado. O Senado tornou-se foco das agremiações para 2026.

Emília promete cumprir
Em vídeo, ao lado do vice-prefeito e secretário da Comunicação, Ricardo Marques, a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, reformou seu compromisso de, em 60 dias, fazer as empresas de transporte público colocarem ônibus novos para circular. Ela reafirmou que estará fora a empresa que não cumprir. É aguardar para ver o que ocorrerá na próxima segunda-feira, dia no qual, segundo a prefeita, se encerra o prazo por ela dado. A sociedade está na torcida por uma solução.

Vetos na terça
Na terça-feira, Emília passa por sua primeira votação importante na Câmara de Aracaju. Enquanto prefeita, ela vetou o que ajudou a aprovar quando vereadora. Vetos que mexem com categorias importantes, como escolas particulares e profissionais da Odontologia, além dos trabalhadores da Viação Progresso, que ganhou a mesma ‘sobrevida’ da gestão Edvaldo na era Emília.

Adilson por Socorro
Em Nossa Senhora do Socorro, as lideranças políticas comentam nos bastidores que está cada vez mais forte a tendência de que o candidato à Assembleia Legislativa de Sergipe do grupo do prefeito Samuel Carvalho seja o secretário Adilson Júnior, irmão de Fábio Henrique. Fábio estaria com complicações e a solução seria Adilson para ter uma pré-candidatura sem instabilidade jurídica.

Emoção dos aliados
Os aliados de Emília Corrêa estavam emocionados na noite de ontem. É que o sábado, 8, foi marcado pela abertura dos festejos dos 170 anos de Aracaju. Na Praça Fausto Cardoso, as artistas sergipanas Joésia Ramos e Maysa Reis, além da baiana Aline Rosa. Os shows de variados estilos atraíram bom público. Houve transmissão ao vivo pelo canal da prefeitura no YouTube.

Renova sob protesto
Trabalhadores da nova empresa de coleta de lixo em Aracaju realizaram protesto neste sábado, 8. Parte dos contratados afirma não ter recebido salários. Se formos analisar pelo quinto dia útil, a empresa não estaria ainda em descumprimento das regras trabalhistas, porém, várias são as queixas que têm surgido de alguns trabalhadores: trabalho excessivo, ausência de EPIs e veículos em péssimas condições. O sindicato, porém, não tem se pronunciado.

Márcio segue tranquilo
O ministro Márcio Macedo segue tranquilo em seu trabalho à frente da Secretaria Geral da Presidência. Poucos meses após estar à frente da pasta, Marcio começou a ser alvo de críticas e especulações. Já se passaram dois anos, e agora quase três meses, e nada de mudança. Não que ela não possa ocorrer, mas já ficou manjada essa estratégia de a todo momento colocar Márcio como um ministro demitido.

Rogério contesta
Em entrevistas a emissoras nacionais, o senador Rogério Carvalho, agora líder do PT no Senado, contestou a narrativa de um descontrole nos preços dos alimentos no governo Lula. Segundo ele, os índices do governo Bolsonaro foram maiores. O detalhe é que, em parte do governo Bolsonaro, estávamos sob uma pandemia e o brasileiro que tem memória curta não quer saber do que passou, e sim do que passa. Por isso, mesmo com argumentações lógicas, a pressão da sociedade no governo Lula segue registrada em pesquisas.

‘Fora Lula’ é democrático
O movimento puxado em Sergipe pelo ex-deputado estadual Samuel Barreto, o Capitão Samuel, faz parte da democracia. Já teve ‘Fora’ para todos os presidentes de plantão. Alguns funcionaram, outros não. A verdade é que parte da direita copia a esquerda do passado, com mobilizações constantes e atos de aglomeração de públicos.

Direita dividida no ‘Fora Lula’
A direita sergipana não seguirá em unidade o pedido do ex-presidente de unificar esforços de concentração no Rio de Janeiro e evitar atos estaduais. Capitão Samuel mesmo disse em seu programa de rádio na Rio FM que não tem recursos para ir ao Rio de Janeiro e que só deixará de fazer o evento em Aracaju se receber ligação de Bolsonaro pedindo. Notória divisão, buscando cada um a sua visibilidade. Vereadores do PL e o deputado Rodrigo Valadares irão ao Rio.

Partiu o lendário Paulo Lacerda
A Domingueira presta as homenagens ao radialista Paulo Lacerda. Paulo tinha um amor sem igual pelo rádio. Do esporte ao radiojornalismo, Paulo Lacerda marcou época e deixa um legado de profissionalismo e dedicação. Nossos sentimentos aos familiares e amigos. Radiofonia de luto.

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