Bertulino faz série de denúncias contra gestão de Luiz Roberto na Emsurb

Ao Jornal da Fan desta quinta-feira, 6, Bertulino Menezes, Diretor de Espaços Públicos e Abastecimento da Empresa Municipal de Serviços Urbanos, fez várias denúncias contra a gestão de Luiz Roberto, presidente da empresa durante mandato do prefeito Edvaldo Nogueira. Bertulino concedeu entrevista após uma discussão entre os dois em um grupo de Whatsapp na última terça-feira, 4. Luiz Roberto não quis participar.

Entre as denúncias, Bertulino fez críticas sobre como encontrou os espaços públicos de Aracaju, citou descumprimento de contratos sobre banheiros químicos e toldos nas feiras livres, custos altos no Centro de Apreensão de Animais e gastos com diárias em eventos festivos da cidade.

O primeiro apontamento de Bertulino foi sobre venda de ossários em um cemitério público da capital.

” Comecei pelo cemitério, encontrei tráfico de influência, patrocinado pelo gestor da época – cargo comissionado – com venda de ossários. E eu fiquei abismado. Meu Deus, até com as almas estão brincando, até com as almas. Tinha, na época, algo em torno de 30 ossários sob o comando dele, feitos por um pedreiro contratado por ele, que não fazia parte da gestão. Aliás, a gestão, pelo que eu fui informado, o pedreiro que fazia parte, oficialmente, foi afastado. Então, chegava a pessoa lá, a família, né, ele tomava a frente, pedia pra que os assessores, os funcionários lá também encaminhasse pra ele. Ele usava o tráfico de influência de forma irresponsável, claro, né? E encaminhava pra que o pedreiro dele fizesse a construção e fizesse a reserva”, relata.

Depois, o atual diretor de Espaços Públicos recebeu detalhes dos contratos do Centro de Apreensão Animais na gestão , que apontaram compra de medicamentos com valor muito acima da previsão feita pela atual gestão.

“Um enfermeiro que está administrando lá chegou e disse assim: ‘olha Bertulino, eu fiz um relatório de necessidades, de medicação, da ação, essas coisas, ao preço do ano de 2025, e deu 41 mil reais, mais ou menos, mas pode chegar a 50, 60, 70 ou não, dependendo da austeridade do gestor e da coerência com o dinheiro público. E eu digo: e o ano passado? Custou 150 mil reais. Eu digo, peraí, você tem uma atividade, você tem um setor que cai de 150 para 41, aí é como diz um amigo ‘tem alguma coisa errada que não está certo, né? É muita diferença, é 30%, até um pouco menos de 30%, podendo, como eu já disse, oscilar”, detalhou.

Bertulino relevou também o descumprimento de contratos de toldos nas feiras livres. “Quando fiz o levantamento, aí que tem lá um dos índices mais caros, do ponto de vista logístico, que tem são os toldos, os toldos de 6×6, que servem para fazer a cobertura dos balcões. São dezenas de toldos que precisam estar nas feiras. Não estão. E aí eu disse, eu me reuni com a empresa, né? Eu disse, e aqui, esse toldo? Teve uma reunião, um entendimento interno, tá no DOC, tá não sei o que, DOC é uma comunicação interna, memorando o que você tem dentro da empresa. E eu digo, e aditivou onde? Nenhum lugar nenhum. Primeira irresponsabilidade, primeira improbidade é essa”.

Outra denúncia foi para a colocação de banheiros químicos nos espaços das feiras. ” Aí você vai para os banheiros químicos, aí onde você tem que botar 112 banheiros químicos, cada semana você bota 56. No contrato é claro quando diz que você tem que botar para gêneros masculino e feminino dois, um para cada um, e para pessoa com deficiência um para cada um, você tem que colocar quatro em cada feira. Das 28 , você coloca metade, é uma economia extraordinária para gestão”, denunciou.

Bertulino ainda denunciou o alto custo com diárias em eventos festivos da Prefeitura. ” O nosso querido Rasgadinho, o ano passado, a gestão modelo de Aracaju entre aspas, gastou R$ 6.960, R$ 7 mil com fiscais no Rasgadinho. E há um regulamento. Esse ano nós gastamos zero real. Porque o que foi que nós fizemos, o que foi doutor Luiz Roberto, que esse gestor, que o senhor disse que foi um equívoco, tem sido colocado na direta – foi exatamente a coerência, a austeridade e o respeito ao dinheiro público. Nós fizemos uma escala dos comissionados, nós nem usamos os efetivos estatutários, os efetivos celetista. Fizemos a escala, vamos pagar com foga e não se gastou um centavo. O ano passado se gastou R$11.660 mil no aniversário da cidade em três dias de eventos. Esse ano serão treze, dez a mais. Foi gasto R$ 56 mil no forró Caju e R$11.660 mil no aniversário da cidade em três dias. Sete dias de Forró Caju foram investidos – isso não é investimento, isso é perdulário mesmo, isso é não respeitar o dinheiro da população aracajuana – R$57.000 mil em fração gasto com diárias. É a farra da diária, porque quem estava lá não soube fazer uma escala que desce, que compensasse”.

Ao fim da entrevista, Bertulino disse ter documentado todos os arquivos que comprovam as denúncias feitas por ele e que deve levar ao Ministério Público.

O Jornal da Fan entrou em contato com Luiz Roberto , que preferiu não se posicionar. Na entrevista, Bertulino também citou o nome de Bira Barreto, que pediu direito de resposta e concederá entrevista no programa de amanhã.

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