Na manhã desta quarta-feira, 26, uma mãe foi entrevistada no Jornal da Fan, da rádio Fan FM, e denunciou crimes de racismo e intolerância religiosa sofridos por sua filha, uma garota de apenas 12 anos.
Segundo ela, um homem, que reside próximo à casa de sua mãe, no bairro Farolândia, tem proferido ofensas contra sua filha. “Minha filha passou por uma situação que me causou dor e revolta. Eu sou candomblecista, a minha filha também, ela tem o cabelo crespo e foi um dos motivos que a minha filha foi agredida verbalmente. Na rua que minha mãe mora tem um cidadão, simplesmente ele faz retaliações com a minha filha entre a amizade da filha dele com ela, até aí tudo bem, é a filha dele, está no direito dele. Ele só não tem o direito de agredir minha filha verbalmente como ele agrediu. Ele usou palavrões de baixo ‘escalão’, aonde pessoas que estavam na hora puderam ouvir”, narrou a mulher.
No ápice das ofensas, o cidadão teria praticado os crimes de racismo e intolerância religiosa contra a garota. “Chamou minha filha de cabelo duro, apelidou ela de ‘zoiuda’, e ressaltou, bem alto, ‘saia da minha porta, macumbeira’. Já teve outra situação, na qual eu presenciei, ele falando que minha filha tinha feito pacto com diabo, que minha filha era macumbeira, que não queria ela na porta. Então assim, é muito triste quando isso acaba acontecendo com seu filho, se fosse comigo não estaria doendo tanto quanto tá doendo agora em relação à minha filha”, lamentou ela.
Por fim, a candomblecista fez um apelo para que possa vivenciar a sua fé livre de preconceito. “Eu gostaria de poder viver a minha fé, uma escolha minha, sem medo de sofrer esse tipo de preconceito, qualquer preconceito é nojento. Sem medo, poder usar o meu branco, colocar o meu belo torso. De bater no peito e dizer ‘sim, eu sou candomblecista’. Do outro lado eu não espero aceitação, só a única coisa, respeito”, finalizou a mulher.