Nessa última segunda-feira, 13, o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, e os prefeitos dos municípios que compõem a Grande Aracaju formalizaram a instalação do Consórcio Metropolitano do Transporte Coletivo.
Na oportunidade, em entrevista à reportagem do Jornal da Fan, os gestores falaram sobre as perspectivas para o consórcio e revelaram a possibilidade de anúncio de propostas emergenciais para atenuar os problemas no sistema até o lançamento da licitação, prevista para março de 2024.
O governador Fábio Mitidieri falou sobre a participação do estado como membro do consórcio e a deliberação sobre as problemáticas emergentes do transporte público coletivo na Grande Aracaju.
“Nós temos uma frota hoje que está sucateada, nós temos uma passagem que ela é defasada do ponto de vista do custo que ela tem, mas que ela pesa muito para o servidor e para a população em geral, melhor dizendo. A gente sabe a situação em que se encontra o transporte público na nossa cidade e a gente tem buscado alternativas e soluções. Discutimos algumas dessas aqui, tanto que na próxima semana já teremos uma reunião para apresentarmos algumas soluções pontuais, que vamos construir outras também ao longo desse período”, disse ele.
Sobre a possibilidade de uma participação dos entes mediante subsídio, o gestor informou que a temática está em discussão.
“A gente tem discutido isso aqui internamente, a questão do subsídio, como seria a proporcionalidade desse subsídio, a participação de cada um nessa questão do subsídio, se ele é total, se ele é parcial, porque tudo isso tem um impacto. Nós temos uma preocupação muito grande com o preço da passagem e nós temos uma preocupação também com a renovação de frota, mas temos uma preocupação com as contas do estado e dos municípios, que elas precisam fechar”, completou.
Para o prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira, uma novidade é a criação de uma autarquia responsável por definir o formato do sistema de transporte coletivo na região metropolitana, estabelecendo as obrigações de cada município na gestão do serviço.
“Enquanto o consórcio não faz a licitação, a fiscalização vai ficar sobre a responsabilidade de Aracaju, mas nós faremos essa fiscalização juntos, não vai ser Aracaju somente. A partir do consórcio, ele tomará todas as decisões, tanto de fiscalização como de discussão de linhas, então tudo isso será submetido ao consórcio. Inclusive, o consórcio vai ter uma sede, vai ser separado da Prefeitura de Aracaju, nós vamos discutir estatuto, nós vamos discutir regulamento. O consórcio é uma autarquia, ela não é uma empresa vinculada a nenhuma das prefeituras, ela é uma autarquia de todas as prefeituras e do Governo do Estado”, afirmou.
O prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Padre Inaldo, classificou a instalação do consórcio como uma esperança para os usuários do sistema e para os próprios gestores.
“A avaliação com essa criação do consórcio é uma esperança da melhor qualidade de uma prestação de serviço à nossa população. Na reunião de hoje, ficou definido algumas coisas muito importantes que farão parte da reunião do dia 22, onde nós vamos apresentar algumas situações já definitivas já de melhora para a nossa população. Isso é bastante significativo, que traz esperança tanto para a população, como também para nós que estamos à frente, que estamos numa luta constante”, relatou.
O chefe do Executivo de Barra dos Coqueiros, Alberto Macedo, também falou sobre a reunião prevista para a próxima semana.
“Hoje foi a Assembleia para que instalasse o consórcio, discutimos alguns problemas que afetam o transporte público na região metropolitana. Dia 22 voltamos a nos reunir numa reunião extraordinária para que a gente traga algumas soluções para os problemas mais emergentes”, finalizou.
Já em entrevista ao Jornal da Fan nesta terça-feira, 14, o gestor do município de São Cristóvão, Marcos Santana, citou a necessidade de organização dos pontos de vista administrativo e de atividade, dado o espaço temporal entre a criação do consórcio, em 2015, e sua instalação no corrente ano.
Ele também falou sobre a necessidade de estudar e aprovar as medidas que poderão ter um impacto direto na operacionalização do transporte.
“A gente não pode esperar a licitação para depois tomar alguma posição”, afirmou Marcos, ao que completou: “É óbvio que essas medidas ainda estão sendo estudadas, porque elas precisarão, por exemplo, dentre outras coisas, precisarão passar pelas casas legislativas, são medidas que terão que ser avaliadas pelos legislativos, são medidas que terão que ser incluídas na legislação orçamentária desses quatro municípios do estado”.
Foto: André Moreira