Presidente da Emsurb diz que problemática de ambulantes no Centro revela “problema social” e prevê resolução até o final do ano

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Em entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM, nesta sexta-feira, 3, o presidente da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Bruno Moraes, comentou sobre a problemática do comércio ambulante na região central de Aracaju e a possibilidade de realocação dos trabalhadores. 

Anteriormente, em agosto deste ano, também em relato ao Jornal da Fan, Bruno havia informado que o órgão faria, em até 10 dias, o encaminhamento dos ambulantes para locais específicos, com o objetivo de atenuar o acúmulo de carrinhos e melhorar a mobilidade no local para pedestres e motoristas. 

“Naquela época, o que a gente percebeu? Percebemos que iríamos fazer um cadastro, como fizemos, que iríamos colocar à disposição da população que trabalha na região central vagas para as feiras livres, e assim fizemos. Diversas pessoas começaram a participar das feiras, só que o que a gente percebeu é o seguinte: o carrinho não é de um dono, ele é alugado. Então o público flutuante que existe em Aracaju com a necessidade de trabalhar é grande. A gente tirou dali cerca de 60 e poucas pessoas para trabalhar nas feiras, e outras 60 surgiram, então não acaba aquele número”, explicou. 

De acordo com Bruno, a Emsurb tem mantido um diálogo permanente com representantes da categoria de ambulantes. A situação, em suas palavras, deve ser resolvida até o final deste ano. 

“Já ficamos marcados com a própria associação, daqui até o final do ano a gente vai sentar de novo, fazer uma nova rodada de conversa e diálogo, para que eles entendam que o momento de diálogo está se estendendo, mas vai chegar a um momento em que vai ter que tirar”, disse ele, ao que acrescentou: “Vamos sentar de novo com eles, informando que, até o final do ano, não terá mais. E aí, sim, vão ser ações que não podem dizer não foi dada a oportunidade em outros segmentos”. 

Ainda segundo o presidente da Emsurb, a problemática na região destaca o problema social de não adesão de alguns cidadãos no mercado de trabalho e, por isso, alguns ambulantes permanecem no local para garantir seu sustento e sobrevivência. 

“Surgiu uma demanda muito maior, e aí percebemos que era um problema social grande, de alimento e de poder levar a subsistência das famílias. Se fosse aquele problema pontual, onde os 60 poucos que estavam ali naquela via fossem encaminhados, como foram, para as feiras livres, mas não, surgiram outros 60 ou muito mais, porque criou expectativa na cidade toda, e as pessoas perceberam que ali era a porta central de entrada nas feiras. Então, quanto mais você tira, mais vai surgir”, afirmou. 

Ainda segundo Bruno, as ações empreendidas pela Emsurb buscam abrir possibilidades de outros locais para que esses ambulantes continuem trabalhando. 

“Então, a finalidade é dar a oportunidade para que eles possam ter o seu sustento em outros locais, em outros segmentos. Aqueles que estão ali resistindo não estão entendendo que a Emsurb está estendendo a mão para dar dignidade em outro local que não atrapalha a mobilidade”, finalizou.

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