A Polícia Militar do Estado de Sergipe (PMSE) e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe (Sintese) debateram no Jornal da Fan, da rádio Fan FM, na manhã desta quarta-feira, 20, sobre o caso da possível revista em crianças e adolescentes, com a presença de cão farejador e acompanhada por agentes da PM na última quinta-feira, 14, no município de São Cristóvão.
Para o professor e presidente do Sintese, Roberto Silva, além de chocante, o vídeo que mostra a ação é prova de uma operação que “não deveria ser feita”.
“O vídeo, no nosso entendimento, foi chocante. Nós inclusive consultamos o site da Polícia Militar e, em nenhum momento, tratava de demonstração, mas de uma operação que foi realizada na cidade de São Cristóvão. Nada contra a operação da polícia, faz parte do trabalho, mas que o vídeo foi produzido dentro do contexto dessa operação, que tratava de uma série de questões que a polícia estava investigando. Isso nos assustou. Em nenhum momento na matéria da Polícia Militar no site tratava que foi feito demonstração para estudantes de escolas públicas de São Cristóvão… A ação, no nosso entendimento, mesmo sendo uma demonstração, a gente entende que ela continua tão grave quanto, porque entendemos que não deveria ser feita. A criança e o adolescente tem uma proteção assegurada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que qualquer medida tem que ser tomada com a presença de um adulto responsável, isso é o que está na nossa legislação brasileira”, disse o presidente do Sintese.
O porta-voz da PMSE, coronel J. Luiz, explicou que partiu das próprias crianças, a curiosidade em saber como ocorria uma ação de identificação de material ilícito nas mochilas com o farejo do cão, e que as equipes da Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães) não estavam cumprindo nenhuma ação ou operação naquele momento, sendo apenas uma demonstração lúdica.
“O que aconteceu na verdade, foi uma demonstração com o canil, demonstração não programada, mas foi uma demonstração. A polícia militar estava fazendo uma operação naquela região de São Cristóvão, região muito assolada pela criminalidade, pelo tráfico de drogas, e que muitas vezes estão ali para captar os nossos jovens para o tráfico… Nosso policial estava lá com um cão e elas (as crianças) se aproximaram do policial e começaram a fazer perguntas… As próprias crianças colocaram as mochilas lá e ficaram observando, assistindo a cena, não foi nada programado, foi uma coisa lúdica e que naturalmente veio como demonstração para as crianças”, elucidou o coronel.
E complementou: “Eles retiram o vídeo do contexto totalmente, de forma até irresponsável, e jogam para a corporação, para o estado e para a população, espalhando uma notícia falsa, uma fake news. A gente fica muito triste e repudia essa atitude do Sintese”, finalizou o porta-voz da PM.